Comece escolhendo o tênis


Você já deve ter lido listas e mais listas sobre como escolher tênis para a prática de corrida. Ou não. Se essa é a primeira, considere o fato de que eu não sou treinador, não sou fisioterapeuta e não sou designer, mas utilizo tênis de alta performance esportiva e convivo com fabricantes e entendedores de tênis desde a minha infância. E já utilizei praticamente todas as marcas disponíveis no mercado brasileiro em situações extremas, como ultramaratonas no asfalto, em pistas, em trilhas no meio do mato e na areia de praias.


1. Cor

Bem na moral, o tênis é para correr. Mas o lance das cores ou de peças que proporcionam contraste são fundamentais principalmente para quem corre à noite. Ou na madrugada, como eu. Entre segunda e sexta-feira, começo a correr pontualmente às 5h da manhã. Então, um tênis com cores que refletem faróis de automóveis são importantes. Esse é o número 1 por implicar segurança.


Como eu faço: priorizo sempre os que tem detalhes refletivos no calcanhar.


2. Tamanho

Para corridas longas, de mais de 15K ou aquelas que você permanecerá mais de uma hora em movimento, é importante pensar em pisantes com fôrmas mais largas e com bico não muito estreito. Além disso, um número maior do que você está acostumado a utilizar. Durante a corrida, assim como ao longo de qualquer dia com ou sem treino, seu pé incha. Com isso, aumenta o atrito nas laterais e das unhas com o topo do cabedal do tênis, particularmente as dos dedões. Daí aquelas unhas roxas e as assaduras e bolhas sobre os dedos dos pés.


Como eu faço: já que eu calço 44 e tão raro quanto essa numeração é achar um 45, me oriento sempre pelo material do cabedal, imaginando como ele pode ou não me incomodar em uma corrida mais longa, e pela acomodação do pé, se há alguma pressão em alguma parte mesmo enquanto estou calçando ele parado.


3. Revezamento

Quantas vezes por semana você utilizará o tênis? Se você pratica corrida em dias consecutivos, é importante ter um outro par para alternar. Principalmente se você inicia a pisada pelo retropé (também conhecido como calcanhar) e, portanto, demanda a utilização do amortecimento do tênis. O EVA (material da maioria dos solados dos tênis de corrida) e o sistema de amortecimento (seja ele em gel, como é o caso da Asics, ou em placas, como são alguns da Nike e praticamente todos da Mizuno), precisa de um tempo para recuperar seu formato e tornar-se novamente eficiente.


Ao escolher um tênis de revezamento, sugiro algum que proporcione uma variação da pisada, novas possibilidades de aterrissagem e impulsão. Isso ajudará a fortalecer a musculatura do pé, precavendo naturalmente a ocorrência de fasceítes e entorces por falta de força ou flexibilidade dos tendões.


Como eu faço: eu não corro em dias consecutivos, portanto, tenho apenas um tênis e utilizo ele até ficar todo destruído. Atualmente, utilizo o Asics Gel-Zaraca 4, que ganhei no último dia dos pais e já está com 272K rodados.


4. Cadarço

Não tem como separar o tênis do cadarço, mas observe bem como os cadarços dos seus tênis se comportam durante a corrida. A Asics e a New Balance tem por hábito utilizarem cadarços gigantes, que podem enrolar enrolar em galhos e pedras, no caso de corridas em trilhas. Além disso, alguns materiais utilizados não mantém a intensidade do nó por muito tempo. E se tem um negócio que me irrita muito é cadarço soltando. Para ter uma ideia, só faço nó/laço no cadarço do meu tênis quando corro com ele a primeira vez. Depois, só tiro e encaixo o tênis novamente no pé. Praticidade é comigo mesmo.


Como eu faço: o cadarço você pode trocar, sempre, mas em termos de intensidade do nó e preservação do laço por mais tempo, a New Balance é a que tem o melhor cadarço.

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